A Prefeitura Municipal de Além Paraíba através da Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, setor de Patrimônio, em parceria com o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, desenvolveu, juntamente com o Museu de Histórias e Ciências Naturais, a Jornada Mineira do Patrimônio Cultural, cujo tema foi “150 anos da Estação de Simplício”.
As atividades foram desenvolvidas em 3 etapas:
1ª Etapa em 17 a 30 de Agosto: Exposição dos 150 Anos da Estação de Simplício
2ª Etapa em 17 a 30 de Agosto: Resgate da História do Patrimônio Cultural Tombado
3ª Etapa em 22 de Agosto: Comemoração dos 150 anos da Estação de Simplício. Todas as etapas aconteceram na própria Estação de Simplício. Durante os eventos um público reduzido e com todas as medidas de segurança, prestigiaram a exposição.
Na primeira etapa da Jornada, uma belíssima exposição foi montada para registrar a influência daqueles que pisaram primeiramente em solo alemparaibano e que contribuíram efetivamente para o desenvolvimento e crescimento da cidade.
Painéis com imagens de índios e negros, foram fixadas na parte superior da estação e descreve bem a importância que eles exerceram na nossa sociedade.
Inauguradas em 06 de agosto de 1871, a Estação Ferroviária de Simplício, a Estação Ferroviária de Porto Novo do Cunha e Estação de Benjamin Constan completam 150 anos de história. Juntas, elas formam as terceiras estações mais antigas de Minas Gerais. A mais antiga de Minas é a Estação de Chiador, datada de junho de 1869 e a segunda mais antiga é a Estação de Santa Fé, datada de julho de 1869.
Das três, a única reformada é a Estação de Simplício (originalmente, denominada Conceição) que foi entregue ao Município em 2015, após uma contra partida de Furnas Centrais Elétricas, devido às obras da Usina Hidrelétrica de Simplício.
Em 1871 foi autorizada a construção de uma estrada de ferro que, partindo de Porto Novo do Cunha tivesse como destino final a cidade mineira de Leopoldina. À inauguração compareceu Sua Majestade o Imperador Dom Pedro II.
Em 2 de agosto de 1871, foi inaugurada a Estação de Porto Novo, ponto terminal da referida 3ª Seção da Estrada de Ferro D. Pedro II. O tráfego foi aberto, oficialmente, no dia 6 de agosto. Porto Novo foi também o marco inicial (Km-0) da Estrada de Ferro da Leopoldina. Neste mesmo ano, a Estação de Conceição também foi inaugurada pela E.F. Dom Pedro II no ramal de Porto Novo, reduzido em 1911 a bitola métrica e incorporado à Linha Auxiliar da EFCB. Mais tarde teve seu nome mudado para Simplício, homenagem a um fazendeiro do local, Simplício José Ferreira da Fonseca.
Em 1928, da estação partiam duas estradas de rodagem que levavam aos distritos e povoações do município, e também à fazenda da Conceição, à 12 km dali (foi essa fazenda que deu o nome original à estação), e mais as fazendas do Rio do Peixe, Três Barras (Em Minas Gerais), Lemgruber e Paraíso (no Estado do Rio). O bem cultural está localizado praticamente às margens do Rio Paraíba do Sul, na antiga Estrada de Ferro Leopoldina. A edificação principal data da segunda metade do século XIX, tendo sido construída por esforços do Comendador Simplício como posto de escoamento de produção cafeeira das fazendas da região. O conjunto arquitetônico é composto pelo próprio prédio da estação, plataforma de embarque/desembarque e pelas ruínas do armazém, esse localizado do outro lado da linha férrea.
Em 2017, a Estação de Porto Novo e os Torreões foram cedidos ao Museu de História e Ciências Naturais por um período de 20 anos que desde então, vem buscando parceria visando a sua restauração. Desde 2020, através de parceria entre o Museu de Histórias e Ciências Naturais com a Cervejaria Porto Novo e com o empresário Brasilino Bittencourt, a Estação Simplício abriga um restaurante atraindo muitos turistas, se tornando um pólo cultural e gastronômico. Infelizmente, a Estação de Benjamin Constant (antiga Estação Ouro Fino) segue em ruínas. Na segunda etapa, foi realizado uma roda de conversa com o propósito de fazer breve resgate da História do Patrimônio Cultural Tombado.
Participaram deste momento os ferroviários, José Heitor da Silva, José Geraldo Diogo e Neidson Barros Gonçalves. Entre os assuntos debatidos foi a importância e os benefícios da ferrovia para a nossa cidade sociedade. Entre eles, destacamos criação de empregos. Em Além Paraíba, RFFSA empregou mais de duas mil pessoas. Foi uma época de grande crescimento econômico. Além do emprego, o transporte ferroviário tem baixo custo de frete e de manutenção, inexistência de pedágios, menor índice de roubos e acidentes, além de transportar grandes quantidades a longas distâncias. Outro aspecto levantado, foi o pouco gasto de energia e poluem menos o meio ambiente. Atualmente, alguns trens, por exemplo, já utilizam biodiesel, combustível com menor impacto ambiental. Além disso, as ferrovias não correm risco de congestionamentos, que podem causar perdas de 156 bilhões de reais ao ano no país, segundo dados da Faculdade de economia da USP. As ferrovias transportam cargas que em sua maioria são matéria-prima para aparatos básicos da sobrevivência humana. Por isso, elas têm forte participação tanto na economia nacional quanto mundial, consequentemente tornando o mercado brasileiro mais competitivo.
A conversa final foi sobre concluiu-se que a ferrovia está geralmente associada a um determinado ciclo econômico. Com isso, ela se torna parte da história local e também das lembranças de moradores. Por isso, é comum objetos de vagões e histórias das ferrovias fazerem parte da cidades, tornando-se um patrimônio histórico.
Não podemos deixar de destacar a presença de José Heitor que além de ferroviário é considerado um dos maiores escultores do Brasil. Ele nos conta que seu talento teve início nas oficinas da RFFSA onde moldou suas primeiras esculturas em argila. Como demonstração desta importância, ele deixou uma de suas mais famosas esculturas na exposição da Estação de Simplício. A obra “Ataulfo Alves”. A terceira e última etapa, para celebrar o centésimo qüinquagésimo da Estação de Simplício, os artistas plásticos João Paulo Mendes e Cassiano Teixeira produziram, ao vivo, pinturas em tela sobre o espaço. O público presente pode acompanhar todo processo de perto.
Este foi um evento histórico para nossa cidade. Um momento único, 150 anos de história da Estação Ferroviária de Simplício, memórias de um passado que tem o trem como o protagonista com a Estrada de Ferro D. Pedro II. Um marco 1871-2021. A Cerveja Porto Novo e lançou, neste dia, uma edição comemorativa de sua Cerveja nos 150 anos da Estação. A exposição ficou a cargo do Coletivo Geleia que contribuiu com a ocupação cultural e democrática do espaço que não é de um, mas de todos que apresentem propostas culturais de ocupação. Hoje, vivemos um novo ciclo neste processo. A história continua sendo escrita nos dias atuais, porém com os olhos no futuro (o turismo), tendo na cultura os parceiros (inclusive o Conselho Municipal de Turismo e o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, Coletivo Geleia, Museu de Histórias e Ciências Naturais, entre outros) o poder de transformar sonhos em realidade e mudar um espaço com Turismo, Cultura e Gastronomia.
Assessoria de Imprensa e Cerimonial da Prefeitura de Além Paraíba – 29/09/2021